Os 10 melhores álbuns de rock da história: a série

Criado por Letícia Castro em em 23/03/2014

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“Traduz-se quem tudo de bom na vida leva o nome de ‘I wanna rock!‘”. Assim me respondeu, com seu modo peculiar de falar, o poeta paulista M. A. Soman quando lhe pedi que fizesse uma lista dos 10 melhores álbuns da história do rock. A ideia era reunir os discos mais simbólicos do metal, mas a lista final, que também inclui algumas pérolas do gênero, acabou ficando no limiar entre o que é o good old rock’n'roll e o som mais pesado.

Soman, que é um sonetista de primeira grandeza, lá nos idos dos 70, foi também baterista de uma banda em Botucatu, sua terra natal, apesar “das melenas longas e loiras”, que lhe dariam crédito para assumir os vocais, segundo ele mesmo. A banda era de rock, mas, nos bailinhos da vida, os caras acabavam tocando até Roberto Carlos, como ainda o fazem muitos músicos por aí. No entanto, o poeta curtia mesmo era a batida pesada de John Bonham, o qual tentava emular, com talento, atrás das caixas.

E foi essa paixão pelo Led Zeppelin, aliada a um fino conhecimento do assunto, mais uma jornalista sempre atrás de boas pautas o que acabou por culminar na série que você está prestes a começar a acompanhar aqui no BABEL.com a partir de hoje e nos próximos nove domingos. A escolha, obviamente, é subjetiva e, provavelmente, não combinaria com a sua – nem com a minha – lista final, mas o cara manja tanto que é preciso respeitar. Sua seleção, argumenta ele, está baseada em “uma galera mais fechada no assunto da ordem do dia, ou seja, no ‘aumenta que isto aí é rock’n'roll’”. Portanto, vamos ao primeiro dos 10 melhores álbuns de rock de todos os tempos, na opinião do baterista. Ready? Let’s go!

 

Os 10 melhores álbuns de rock da história

 

1. Ramones, do Ramones

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Eu sei. Começar a lista com um disco lançado em 1976 e de punk rock… Confesso que não é o meu estilo favorito, porque me remete a uma memória infantil nada confortável de assistir Sid Vicious na TV, barbarizando à frente do Sex Pistols. Mas há que se pagar tributo. Os Ramones foram os pioneiros e influenciaram toda uma geração – incluindo os Pistols – e, se tudo o que você ouviu da banda até agora foi “Pet Sematery”, fico feliz por estar lendo este texto. E fique até o fim, para viajar no som do álbum de estreia dos americanos.

Falando nisso, os Ramones – veja a história do nome da banda mais abaixo – nasceram no Queens, em Nova York e começaram a tocar em meados de 1974. Conta a lenda que Lisa Robinson, editora da revista Hit Parade, assistiu uma performance e começou a escrever sobre eles. Mais tarde, ela também arranjaria um manager para a banda e, um ano depois, eles lançariam um demo contendo “Judy is a Punk” e “I wanna be your boyfriend”, assinando em seguida o primeiro contrato com a Sire Records.

O álbum de debut, Ramones, que teve o incrível orçamento de US$ 6,400, saiu em 23 de abril de 1976.  A banda, declaradamente fã dos Beatles, utilizou técnicas de gravação semelhantes às dos ingleses. A capa foi eleita a 58a. entre as 100 melhores capas de discos da história, segundo ranking da Rolling Stone em 1991.

“‘Ramones’ abre a lista e foi proposital, devido a ‘Judy is a Punk’ e ‘Let’s Dance’. Foi o LP quem catapultou essa lenda para o Panteão da Fama. Bem produzido e com letras atuais, fez dos Ramones a batida forte do nosso som que repercute pelos séculos, sempre antenado com o que corre pelo mundo”, declara Soman.

À parte de abordar temas como violência, uso de drogas e prostituição, “Ramones” também fala de coisas do cotidiano, como na baladinha “inocente” “I wanna be your boyfriend”. Curiosamente, o nazismo também acabou figurando entre as letras do álbum, aparentemente sem querer, já que nenhum dos integrantes jamais teve associação com o assunto, durante a criação dos versos de “Blitzkrieg Bop” (“They’re piling in the back seat / They’re generating steam heat”).

Classificado como número 33 dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos da Rolling Stone, apesar de representar o cenário punk rock dos EUA e da Inglaterra, o primeiro trabalho dos Ramones sacudiu o mundo do rock e seus ecos são encontrados também no metal e no estilo grunge.

 

Algumas curiosidades do álbum:

1. A origem do nome da banda se deve possivelmente a dois fatores: uma homenagem ao produtor musical Phil Ramone, o que fez com que todos os membros adotassem o mesmo sobrenome ou uma brincadeira com o fato de Paul McCartney se registrar em hotéis sob a alcunha de “Paul Ramone”.

2. O álbum de estreia foi gravado no oitavo andar da lendária casa de espetáculos Radio City Music Hall, em Nova York.

3. No começo, os Ramones queriam que a capa do disco fosse parecida a do álbum Meet the Beatles!, de 64.

4. No disco, a banda fez um cover da canção “Let’s dance”, de Chris Montez, para quem uma nova banda inglesa, chamada The Beatles, abriu em 1962.

Bom, não ouviu ainda? Vê aí:

1. Blitzkrieg Bop
2. Beat on the Brat
3. Judy is a Punk
4. I Wanna Be Your Boyfriend
5. Chain Saw
6. Now I Wanna Sniff Some Glue
7. I Don’t Wanna Go Down to the Basement
8. Loudmouth
9. Havana Affair
10. Listen to My Heart
11. 53rd & 3rd
12. Let’s Dance
13. I Don’t Wanna Walk Around With You
14. Today Your Love, Tomorrow the World

Comentários (2)
  1. Marco Soman comentou, em 24/03/2014:

    “… Fantástico… Congratulações… Agora só tocar s bola para frente!”

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