10 dicas para tirar o caixa da empresa do vermelho

Criado por Letícia Castro em em 28/08/2014

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da Redação

Contas negativas, investimentos que não rendem o esperado… Muitas situações podem disparar o sinal de alerta de uma empresa e a tentação de buscar uma ajuda externa é bem grande. Mas, quando será o momento de ir atrás deste tipo de ajuda?

Marcelo Valério, professor convidado da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais, explica que procurar ajuda financeira é a última alternativa. O especialista aponta que antes de tomar essa atitude, o mais importante é fazer um bom planejamento e entender o porquê desta situação, tentando perceber onde é possível melhorar. “Alguns empresários confundem seus gastos pessoais com os gastos da empresa”, exemplifica.

Uma boa ideia ou uma armadilha?
Marcelo entende que, antes de tudo, é preciso estudar a estrutura de capital da empresa. “Sobre vantagens e desvantagens na hora de buscar recurso, seja qual for, a vantagem que vejo é que com estes recursos ele pode ampliar seu negócio, com novos projetos ou ampliando a operação existente. A tendência é ter maior lucro, mas precisa avaliar se o retorno adicional gerado será suficiente para pagar os empréstimos”, disse Marcelo.

Sobre qual seria a desvantagem no caso de um empréstimo, o professor pondera que o empresário se vê obrigado a gerar lucro suficiente para pagar a dívida e comprometer, como garantia, coisas das quais não se pode abrir mão, como equipamentos essenciais para a operação.

Lição de casa para sair do vermelho
Se uma empresa está com as finanças no vermelho, Marcelo Valério afirma que é preciso entender a situação. “Presume-se que a empresa não está dando lucro, ou seja, que o volume de receitas/vendas mensais é insuficiente para pagar todas as despesas/custos. Antes de procurar linhas de crédito, é preciso fazer alguns ‘deveres de casa’, como analisar quais são os gastos que estão extrapolando, adotar medidas para economizar nas despesas fixas e custos, fazer uma avaliação criteriosa de todos os gastos inclusive as retiradas dos sócios e implantação de um controle de gestão”, enumera.

Com estes levantamentos e entendimentos, Valério entende que a empresa terá melhor visão do negócio. “Muitas vezes não precisa recorrer a linhas de crédito, basta melhorar seus processos, prazo médio de pagamento e recebimento, preços cobrados, apenas para citar alguns exemplos”.

Renegociar sem afetar o fluxo
Antes de renegociar as dívidas, a empresa precisa descobrir a origem do problema. Segundo a orientação do professor, se está ocorrendo prejuízo operacional, é preciso descobrir a causa. “Podem ser custos elevados, aumento das despesas, queda no volume de vendas, etc. A única forma de ter condições para pagar as dívidas é com geração de caixa”.

Prioridades de uma empresa severamente endividada
Marcelo Valério destaca muitas prioridades que visam a mudança na gestão, correção das falhas de planejamento, entre outros. Veja esta lista de dez pontos que ele preparou:

1. Fazer uma análise profunda de quais fatores levaram a empresa a ficar em uma situação de risco.
2. Identificar os principais gargalos do negócio (falha na gestão financeira, custo elevado, posicionamento de mercado, como exemplo)
3. Procurar o mais rápido possível seus credores
4. Na renegociação da dívida, estabelecer condições de pagamento compatíveis com a situação financeira atual
5. Para tributos atrasados, consultar os respectivos órgãos para parcelamento do débito
6. Ter transparência perante os credores e funcionários
7. Baixar custos constantemente, o que é fundamental para a empresa continuar a ser competitiva
8. Mudar a cultura da empresa: não adianta elaborar estratégia de recuperação se o empresário continuar a repetir os mesmos erros
9. Definir prioridades e metas de curto, médio e longo prazo que devem ser compartilhadas com os demais colaboradores
10. Buscar ajuda, como uma consultoria empresarial, com o cuidado de que seja viável financeiramente pagar por este apoio

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