A melhor versão de você mesmo

Criado por Letícia Castro em em 31/12/2013

Esta frase foi uma espécie de mantra que me acompanhou durante todo 2013, especialmente a partir do segundo semestre. Ah, o segundo semestre… De uns tempos pra cá, tenho notado que os últimos seis meses do ano são, relativamente, melhores pra mim do que os primeiros. Neste ano, especificamente, decidi que faria de janeiro a junho um período bastante proveitoso para que, assim, plantasse a semente da já tão afortunada próxima etapa. Não deu outra, estes, que caracterizaram os meus 40 anos, têm sido os melhores meses da minha vida.

Mas, o que significa isso? Que esperei quatro décadas para ser feliz e o que quer que tenha vindo antes não valeu a pena? Certamente que não. Posso afirmar que, em um balanço rápido do que me foi concedido pela vida até agora, a viagem tem sido maravilhosa. Por tudo o que contém o pacote. Tudo.

Quando penso, precisamente, nos dias de 2013, me refiro a um tempo consciente. Nunca antes as coisas estiveram tão claras e tão claramente compreensíveis como agora. É como se a ficha caísse e, finalmente, a gente entendesse como é feita a vida. “Ah, então é assim que funciona!”. Acho que esse “momento Eureka” o trouxe a idade. Na verdade, não tenho dúvidas. Infelizmente, aprendi também que cada um tem a sua própria “receitinha do bem viver” e, portanto, não cabe a mim tentar dar qualquer conselho a você sobre como chegar lá. Você terá que descobrir sozinha ou sozinho. Como estímulo, posso apenas compartilhar minha experiência e te dizer que compensa. De verdade.

A minha “fórmula mágica”, ou o que tem funcionado pra mim, para te dar um exemplo, tem sido um misto de “pegar e desapegar”. Ou “apegar-se e desapegar-se”, quando se trata de pessoas. O “pegar” é tudo aquilo que eu busco com as próprias mãos. O que quero, planejo e consigo. O que está ao meu alcance, imediato ou não. O “desapegar” é quando, por algum motivo, eu jogo tudo para o alto e entrego nas mãos de Deus – Aquele em que eu creio – na forma como Ele me permitiu entendê-Lo. Aí, é apontar para o céu e dizer: “Não posso fazer mais nada, Senhor. Toma conta”. E posso te dizer também que aí é que a coisa fica deliciosa, porque Ele não apenas resolve a questão, como traz uma solução tão melhor que a minha cabeça humana jamais imaginaria. Milagres…

O “apegar-se” funciona da mesma maneira. Os amigos, o amor, a família, as pessoas de nosso bem-querer, que desejamos manter por perto e, portanto, tratamos de cuidar do relacionamento. É sempre um dar. Incondicional. Senão, não é amor. O receber fica por conta do que você planta. Se a semente não vingar, desapega e toca pra frente até encontrar terra mais fértil. Afinal, há sete bilhões de corações com os quais trocar afeto nesse planeta. Pragmatismo? Talvez. Mas uma vez alguém me disse que o termômetro pelo qual baseava suas relações era o fato de serem complicadas ou não. Achei frio, no momento. Mais tarde, percebi que havia sabedoria naquelas palavras. O fato é que, simplesmente, nem todo mundo foi feito para compartilhar a vida com a gente. Assim como nós também não “somos o número” de muitas pessoas. Não deve haver drama nisso.

Chegar a este ponto baixa a ansiedade como vocês não têm ideia. E é aí que a gente tem liberdade para olhar para si mesmo e descobrir do que realmente precisa, onde pode melhorar, o que quer para si e para o resto de sua vida.

Olhos verdes

O “apelido amoroso” trouxe consigo a certeza de que realmente “não há mal que dure 100 anos”. 2013 talvez tenha sido o ano em que mais tirei fotos de mim mesma. A primeira – de quatro! – contas no Instagram é responsável por isso. Nunca antes na história desse país estes olhinhos cor de esmeralda (rs) foram tão fotografados. Em vez de me culpar pelo que posso eu mesma considerar “exibicionismo”, resolvi apenas curtir e click, click, click! Até que deu certo. Os olhos viajaram pelos megabytes e encontraram o seu destino.

Andei muito em direção do que tenho agora. Corri, na verdade. Até voei, com a ajuda do Sly, meu personal dos sonhos, que todos os dias repete no meu iPhone: “You’re gonna fly now!”. Só o Ibirapuera sabe. Aquela pista tem o solado do meu tênis impresso por todo o caminho. Foi o ano de persistir. Sair justamente quando a vontade era ficar. Chorar de felicidade quando dava para correr “só mais um minutinho”, com o joelho já bichado ou não. Comecei 2013 com os joelhos doridos. Não foi diferente no resto do ano. Mas, a cada peça de roupa que voltava a entrar no corpo, a cada kilo eliminado na balança, tudo valia a pena. “Peguei” meu destino com as mãos e decidi que, entre tantas opções, estava também ser a melhor versão de mim mesma. Ainda que esta seja uma decisão que terei que tomar diariamente e para sempre.

Eu, que acredito piamente em meritocracia, não tenho dúvidas de que mereço tudo o que tem acontecido e que continuará chegando por estas bandas. No ano passado, desejei que você se atirasse, sem rede de proteção, nas mãos de Deus. Para mudar, este é o primeiro passo. Agora, do fundo do meu coração, faço votos para que, além disso, você decida ser o melhor que puder. E a mensagem do meu querido Mário Quintana, o segundo poeta favorito desta jornalista, é a de que você monte nas asas da esperança, essa menininha de olhos verdes, para chegar lá.

Esta, representada por uma foto do fim de outubro, é a melhor versão de mim em 2013. Espero que você já tenha ou queira, de verdade, alcançar a sua.

Feliz Ano Novo.

esperança

Comentários (1)
  1. Geraldo comentou, em 01/01/2014:

    Olá Leticia,

    Como escrevi lá no meu blog do RS em Foco, não tenho queixas de 2013, e concordo contigo, os últimos três meses foram intensos e gratificantes. Afinal quem tem amigos tem tudo.

    E acredite, também tenho green eyes…

    Abraço

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