"Última Parada 174": BABEL vai à première e entrevista o diretor Bruno Barreto
Pôster oficial do filme
Sinopse: “As últimas horas da vida de Sandro do Nascimento, 22 anos, o “seqüestrador do ônibus 174”, foram acompanhadas por milhões de pessoas através da TV. O enterro dele foi acompanhado por apenas uma pessoa – sua mãe adotiva.
Instigado pelo documentário Ônibus 174 de José Padilha, o diretor Bruno Barreto construiu um relato ficcional para contar a história do encontro de um adolescente órfão e de uma mulher obcecada pela memória do filho. O encontro de duas pessoas à deriva, que teve como desfecho a morte de uma jovem professora e de Sandro, deixando aquela mãe novamente órfã de seu filho.”
Foi exibido na manhã de ontem, no Unibanco Arteplex, Shopping Frei Caneca, em São Paulo, o filme “Última Parada 174″, de Bruno Barreto, a produção brasileira que tentará concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro 2009.
A “Cabine”, realizada pela Brazucah Produções, especialmente para blogueiros e universitários, teve como propósito promover a película, inclusive na Web 2.0 que, segundo Cynthia Alario, da Brazucah, é um excelente meio de comunicação.
Após a exibição, Barreto participou de um debate com a platéia, composta de 70 convidados, e respondeu, de maneira muito solícita, a todas as perguntas. O Babel esteve na première e também teve o prazer de entrevistar o diretor mais influente do cinema nacional na atualidade. Leia abaixo o que perguntamos para Bruno e, na seqüência, o que ele declarou sobre as demais questões envolvendo a produção.
Bruno Barreto, na entrevista com os convidados (Foto: Letícia Castro)
Babel.com: Bruno, você acha que, a exemplo da repercussão de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”, apostar no gênero “violência urbana” é um filão seguro para o êxito dos filmes brasileiros no circuito internacional?
Bruno Barreto: Os filmes sempre entram no circuito internacional através dos festivais, e as produções brasileiras são sempre catalogadas como “filmes de arte”, não importa a categoria. Filmes de ação, violência e que retratem a condição social são sempre bem recebidos. Acaba gerando um estereótipo para o país, infelizmente, mas garante uma melhor exposição.
B.com: Como foi a escolha de trabalhar com não-atores, como a maior parte do elenco, e atores profissionais ao mesmo tempo?
B. Barreto: A intenção foi passar verossimilhança à história, já que ela foi baseada em fatos reais. O Bráulio (Bráulio Mantovani, roteirista) e eu queríamos dar um toque de realidade à obra que é ficcional. Todo diretor de cinema sabe que animais e crianças roubam a cena porque passam a impressão de que são e não de que estão atuando. E trabalhar com esses atores é realmente tornar a história mais próxima do fato, além de ser um barato. Prefiro mil vezes trabalhar com esse tipo de elenco agora, que dá 300% de si mesmo pela obra. Não que não seja bom trabalhar com os profissionais, mas, por exemplo, quando assisto um filme com o Brad Pitt ou com a Angelina Jolie, que são bons atores, eu demoro 40 minutos para esquecer que ela adotou um filho na África e toda a repercussão da mídia em cima deles. E isso acaba atrapalhando de alguma forma.
O diretor comentou ainda que a decisão pela trilha sonora foi algo original e mais sólido do que optar apenas por música incidental. A trilha sonora é de responsabilidade do brasileiro Marcelo Zarvos, que mora nos EUA há mais de 20 anos.
Outro ponto importante levantado por Barreto foi a questão da verba e do financiamento para o filme. Ele declarou que o projeto esteve três vezes submetido à apreciação da Petrobrás e do BNDES e foi rejeitado por causa do roteiro, “Pensaram que fosse apenas mais um ‘favela movie’”, como pontuou. Já o Canal +, um dos principais canais da França, assim que leu o roteiro, decidiu de imediato empregar 400 mil euros na produção.
O diretor afirma que essas transações ainda são um mistério para ele que lança o 18o. filme de sua carreira, já tentou concorrer ao Oscar por “O que é isso, companheiro?”, em 1998, e já dirigiu estrelas de Hollywood, como Andy Garcia, Robert Duvall e Kevin Spacey.
O BABEL.com faz um agradecimento especial ao amigo Paulo Araújo, do
Cine Planeta, que repassou a bola e tornou esse agradável encontro possível. Haverá uma “Cabine” também no Rio, nos próximos dias, e, quem estiver interessado, é só procurar pelo Paulo, que ele dá todas as coordenadas.
Aqui se fala português
Oi, Lê!
Que maravilha de encontro para blogueiros e universitários!!! Nossa muito bom participar desses eventos de divulgação e poder conversar com o responsável pela produção que é o supra-sumo do cinema brasileiro.
Adorei d+ mais ler o seu relato e poder conhecer um pouco mais sobre o filme. Quando estrear aqui em BH, estarei na 1ª fila, de camarote, para ver esse filme, que tem tudo para ser o mais novo sucesso, pois a história promete – visto o que foi o documentário.
Vc tá podendo, hein gata!
Abraço,
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
Parabéns pela entrevista, Lê!!
E na próxima, vê se convida os amigos, poxa… :-X (não responda!) hehehee
Beijão!!
É, melhor nem falar nada, né, Seu Rodrigo??? hehehehe
Beijocas para os meus dois amigos queridíssimos!!!
Parabéns letícia pela entrevista, gostei muito.
Grande Letícia, nem precisa dizer que você mereceu esse momento. Toda a blogosfera estão orgulhosoa de você
Que chic, Le! Muito legal a entrevista… pena que, como sempre, nosso paìs nao dà o devido valor aos seus talentos.
Bjao!
Comadre, que manhã pra uma sexta feira hein?!
Tu bem sabes que ficamos todos orgulhosíssimos de ver que jornalista tão competente fez a cobertura de um evento tão especial.
Afinal ficar cara a cara com o diretor do filme que nos representará na disputa pelo Oscar e ter capacidade de fazer perguntas interessantes, não é pra qualquer um.
Aliás, meu comentário sobre a pergunta que tu fizeste pra ele: fabulosa! dá pra ter uma idéia fantástica da abordagem do argumento do filme!
Lê, cada dia melhor!!!
beijocas!
Oi Lê,
Entrevista diga de uma grande jornalista. Um fantástico diretor versus uma jornalista mais do que capaz.
Essa fala do Bruno Barreto é a mais pura realidade, apesar de machucar quem a lê. O cinema nacional fica a cada ano mais estigmatizado pela violência estereotipada.
Gostaria de ver “Linha de Passe” ou “Chega de Saudade” indicados a estatueta. Mas fazer o quê?
Beijos e até… o post abaixo!
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http://semfronteirasnaweb.blogspot.com
O filme Nome próprio já provou que blogs são ótimos instrumentos de divulgação de filmes. Parece que o pessoal da Brazucah deu conta do recado.
A escolha de filmes para o Oscar sempre é polémica, porque em cinema, futebol e política todos somos especialistas rssss
Parabens Lelê!
bjs
Muito Boa a Entrevista..
E gostei muito da ideía do filme… SE ele vai ser bom ou não.. não sei.. Mas concerteza vou assistir!
Faz tempo que torço pelo reconhecimentos dos filmes brazucas mundo a fora – e pelo oscar!
Não há coo negar que a qualidade esta crscente!
Na torcida
;D
bjus
To doido pra ver esse filme,tomara que ele consiga meio que salvar o ano de 2008 pra o cinema brasileiro que teve pouquissimos exemplares louvaveis so se destacando Meu nome não é jhonny e o otimo Era Uma Vez…
Ja venho acompanhando o trabalho do Bruno desde o O que é isso Companheiro que é sensacional.E adorei a entrevista do babel.com com ele.
Tao de parabens msm.
Parabéns pela entrevista e pela oportunidade que está dando para que nós possamos conhecer um pouco mais sobre o filme.
Olá Parabéns. muito bom, é boa boa oportunidade de conhecer o filme.
T+
Abraços
Muito boa a entrevista!
Ainda quero ver este filme.
Opa… Já comentei aqui!
Então, estou mais é marcando presença!
E concordo com o Leonardo comentou.. falta muita é divulgação da mídia para estes filmes…
;P
bjus
Oi Letícia,
Gostei da franqueza do Bruno Barreto. Pelo menos ele deixou claro que a estetização da pobreza e da violência dos filmes brasileiros é muito mais uma estratégia de inserção de mercado que uma opção artística. Parabéns pela pergunta também!
Neguinha, que lindeza isso! Vc entrevistando o todo poderoso do cinema nacional, quando eu crescer eu quero ser assim tbm! “lhe adoro!”
Olá!
Tudo já foi dito, mas mesmo assim parabenizo a escolha das perguntas pontuais e confesso que me surpreendi com a autenticidade das respostas. Achei muito curioso, o comentário dele sobre atores famosos desviarem nossa atenção da trama devido a familiaridade com seus asuntos pessoais freqüentes na mídia!
Obrigada por compartilhar! abs
Quero ver esse filme logo…
Assiti ao documentário e foi muito intenso.
Há quem diga que o documentário foi melhor que Última Parada 174. Mas ainda preciso vê-lo para ter opinião.
Muito bom o blog ter participado da entrevista, parabéns