Brasília: EU FUI!

Criado por Letícia Castro em em 24/10/2011

Este post é em homenagem aos queridos Dona Rider, Michele e Seu Hairton. Se eu adorei Brasília, a “culpa” é deste trio imbatível. A vocês, meu amor e agradecimento do tamanho do seu coração. Muitas saudades!



Demorou muito, muito mais do que eu queria, mas a vida foi me levando para um lado, para o outro, e ir à Brasília sempre ficava em segundo plano. A cada vez que tinha a oportunidade de conhecer a “capital do país dos outros”, me lembrava: “e quando vou à Brasília?”. Como tudo que queremos muito e demora na mesma proporção, chega o momento em que Deus prepara o presente e o borda com linhas mais coloridas do que jamais imaginamos.

Minha visita à capital federal começou há alguns meses quando um amigo em comum me apresentou à querida Michele no Twitter, uma professora de educação física a caminho (bem traçado) da vida jurídica. “Mi” é gaúcha e há alguns anos mora no DF desde que o pai, militar aposentado, foi transferido para lá.

Quem nos acompanha na rede, sabe como somos próximas e parceiras e o encontro seria tão natural como rápido. O mais bacana é que em janeiro, tudo vai se repetir, pois minha querida amiga já está de passagens compradas para cá. Agora, eu vou ter que “rebolar” para chegar perto da acolhida que tive no seio da família Souza e estou adorando pensar em tudo o que faremos em tão pouco tempo!

A Mi, muito mais generosamente do que eu poderia pedir, abriu as portas, sem reservas, da sua casa para mim. Não poderia ser diferente, pois descobrimos que sou “a filha fora do casamento” da Dona Rider (rs). Aliás, a Dona Rider e o Seu Hairton não poderiam ser mais fofos. O fato é que os ares do DF e o carinho e proteção desta família me puseram para dormir. Dormi descontroladamente todos os dias em que fiquei por lá. Um sono profundo, regenerador (com alto poder de cura). Para quem está “trocando de pele” como eu, a estada em Brasília serviu como um divisor de águas neste fim de ano.

Michele (A-MI-GA, no melhor sentido da palavra), me levou pela mão, ou melhor, de carro (dirige muuuito!) pelas “duas asas, cabine, corpo e cauda da cidade”. Conheci a maioria (senão todos) dos prédios administrativos, várias quadras (por onde entendi o lance do “sem-esquinas”), a Catedral Metropolitana e baladinhas “show de bola” onde os candangos se divertem a valer. Também trabalhamos, já que o feriado foi só na quarta-feira (12/12) e somos garotas responsáveis. No entanto, a querida Mi faltou à faculdade por dois dias (e hoje compreendo o que isso significa para ela! :D ) para ser a ciccerone mais perfeita do mundo. Who could ask for more? Agora, veja abaixo uma linha do tempo (por ordem de importância dos prédios) de nossas aventuras no planalto central.


Civismo no cerrado





Como todo bom brasileiro, sabemos (ainda que mais ou menos) a história da fundação de Brasília. Deixemos, então, nas palavras do visionário Juquinha, a devida apresentação da capital-em-forma-de-avião:




Dia 4, 15 de outubro: Dia dos Professores e duas (também docentes) brasileiras “se esquecem” entre a beleza e o papo na Praça dos Três Poderes.

Do que faltou: cantar o hino, bem piegas, mas patriotismo faz bem à cidadania.



Palácio do Planalto


Praça dos Três Poderes




Antes, demos uma passadinha para uma oração de agradecimento na Catedral Metropolitana (templo é templo), outra obra memorável de Niemeyer. Aliás, o Eixo Monumental não poderia ter outro nome: a gente se sente liliputiano diante de Gulliver.








Dia 2, 13 de outubro: No pique do sol do cerrado, fomos ao Congresso, visitar o Senado e a Câmara dos Deputados.














Salão Negro: cada salão tem seu nome de acordo com a cor do piso.




Salão Verde: em destaque, a escultura “Anjo“, de Alfredo Ceschiatti, e a tela sem nome de Di Cavalcanti.




E o Palácio da Alvorada. A Dilma não serviu o café, mas, tudo bem. A presidenta estava visitando a família na Bulgária.





A ponte Juscelino Kubitschek é de tirar o fôlego.



Gente nova, bonita e carinhosa


Dia 1, 12 de outubro: Em pleno feriadão, fomos ao Pontão do Lago Sul (área que reúne cinco restaurantes à beira do Lago Paranoá), fazer aquilo que eu, pelo menos, mais gosto: bater um bom papo com gente interessante.



Amei esta mesa em mosaico.



Depois de mim: as queridas Carini, Michele e Viviane. Tarde encantadora.


Dia 3, 14 de outubro: Pausa para um almoço mais que delicioso com as queridíssimas Michele e Ana Barcellos (outro presente que as redes me deram), no CCBB de Brasília. A Ana, Ana Flor, como a conhecemos, tem uma história que vai te emocionar. Acesse o seu blog, o Animando-C, para conhecer. ;)



Dias 4 e 5, 15/16 de outubro: Esta noite foi de arrasar. Daniel, amigo da Mi (e agora meu também), depois de bebidinhas e comidinhas deliciosas no Piratas, nos levou ao Poizé (gente, o Poizé tem site!), uma “casa dançante” de Águas Claras. Sim, tivemos medo de entrar, mas o Poizé acabou sendo uma paradinha bem hilária (mescla de “pancadão” com “poperô” e outros batuques não identificados…).





Brasília’s facts

Vamos ao inusitado, no melhor estilo “só tem em Brasília“:

  • Você pode imaginar, tentar conceber e visualizar o que é Brasília. Mas, se estiver visitando a capital do país pela primeira vez (como foi o meu caso), nada do que tiver idealizado vai corresponder à realidade. Fato.
  • Brasília é diferente de qualquer outra urbe nacional. É dividida em setores e a população habita em apartamentos em “blocos” (as famosas quadras) auto-suficientes em termos de abastecimento, serviços, etc. São várias “caixas de prédios” (os setores residenciais) espalhadas pela cidade, com oferta de comércio de todos os tipos, um pegado ao outro. E o brasiliense tem a sua disposição as mesmas redes de lojas, farmácias, supermercados consolidadas de que dispõe um paulistano, por exemplo, nesses “condomínios” abertos. (Entenda melhor a configuração do Plano Piloto aqui.)
  • A capital também não tem um centro da cidade. O que mais se aproximaria disso talvez seja o setor hoteleiro, bancário e comercial, antes do Eixo Monumental.
  • “Brasília não tem esquinas”. É verdade. O encontro de duas ruas perpendiculares na capital não se dá em forma de ângulo reto, a tradicional esquina que encontramos em qualquer outra cidade do país. Há uma espécie de prolongamento curvado, uma “meia-lua”, que te conduz a outra rua, ou seja, em Brasília, você “segue à direita” ou “segue à esquerda”, não dá para “virar” em nenhuma das direções.
  • Outra particularidade: não consegui identificar um sotaque candango autêntico. Se há, o que percebi é uma mistura do sotaque mineiro com o nordestino, com aquele típico “cantar” de Minas e as vogais abertas do Nordeste. O falar do brasiliense é uma genuína “colcha-de-retalhos”.

  • A cidade realmente tem uma vibração diferente. Não se trata dos pilares da administração pública que, de tempos em tempos, tendem a ruir pelos escândalos da corrupção, nem mesmo da questão mística que envolve uma suposta profecia de Dom Bosco. O fato é que Brasília possui um imenso cinturão verde que cerca e permeia a cidade, fazendo com que lembre um grande oásis. O limite de altura dos prédios – três ou seis andares na área residencial e até 65m na região central (Brasília é Patrimônio Mundial, tombada pela UNESCO) – também proporciona uma aproximação com o descampado céu do cerrado, responsável pela visualização do pôr-do-sol mais bonito do país, dizem os locais. Nas palavras de Mi, “Brasília dá paz.” Paz e sono (delicioso, a propósito).

Eu poderia continuar citando um sem-fim de boas impressões que tive da capital federal. É claro que as cidades-satélite tem tantos problemas urbanos quantos os que não se percebem, de imediato, em Brasília. Em Águas Claras, onde fiquei muito bem hospedada, no entanto, o padrão, a qualidade de vida e a pujança econômica são visíveis aos olhos menos atentos.

E, por falar nisso, em apenas cinco dias, vi muito. Obviamente, faltaram algumas coisas, mesmo com a querida Michele tendo multiplicado o tempo e o carinho. O que é ótimo, pois representa um bom motivo para eu voltar a visitar minha família “gaúcho-candanga”. Por exemplo: deu vontade de beijar o chão a la João Paulo II (eu sei…)… Mas ficou realmente faltando repetir uma frase de um famoso programa de rádio que ouço desde criança. Fica para a próxima e eu vou ficando por aqui, porque, afinal de contas, em São Paulo, já é uma hora. ;)


Crédito da foto 1: Michele Souza

Demais fotos: Letícia Castro



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Comentários (10)
  1. Michele Souza comentou, em 24/10/2011:

    Lelezinha!!!

    Que lindo, amiga.
    Obrigada pelo carinho,viu!?
    Saiba que adoramos sua visita e foi um prazer enorme te receber na nossa casa e mostrar a cidade para ti. Todos por aqui, adoramos você.
    Com certeza, terá repeteco. Em janeiro, estarei por aí, para conhecer Sampa com você.
    Beijão
    Mi

    Responder
  2. LETÍCIA CASTRO comentou, em 24/10/2011:

    E isso aé, florzinha! Diversão, tenho certeza, de que não vai faltar. E altos papos tb, obviamente. ;)

    Saudades, viu?

    Beijones!

    Responder
  3. Jorge Fortunato comentou, em 24/10/2011:

    Pois é…e o Rio a ex-capital comoé que fica??????kkkkkkk aguardo sua visitinha.
    beijos

    Responder
  4. LETÍCIA CASTRO comentou, em 25/10/2011:

    Jô, querido, esta também é tão especial como Brasília. O Papai do Céu já deve estar preparando também para o ano que vem, se Ele quiser. Aí, quero ver o que cê vai aprontar comigo, hein? Temos um encontro marcado na feijoada da Portela!!!

    Beijos!

    Responder
  5. Vivi comentou, em 25/10/2011:

    Lele, que lindo post… É muito bom receber pessoas inteligentes e abertas ao mundo, às peculiaridades de cada lugar como você!
    Foram ótimas as horas que passamos juntas, espero poder repeti-las muitas vezes! E é ótimo também ler palavras tão bonitas de uma cidade da qual já me considero fazer parte!

    Um bjo candango pra vc!!!

    Responder
  6. Anonymous comentou, em 25/10/2011:

    Que lindo post e que viagem encantadora!! Mi, estamos te aguardando aqui com carinho! Lele, belo trabalho, garotinha, parabéns !
    Silvia Rinaldi

    Responder
  7. LETÍCIA CASTRO comentou, em 26/10/2011:

    Eba! Que bom ler o seu comentário aqui, Vivi linda!

    Foram mesmo, querida, eu adorei e não me canso de repetir que a minha impressão do DF está intrinsecamente ligada à acolhida calorosa que tive. Vocês tornaram tudo muito mais colorido, viu?

    Adorei te conhecer, particularmente, conte comigo (e me avise!) quando vier à Sampa e espero mesmo que desfrutemos de muitos mais momentos tão descontraídos e cheios de carinho sempre que eu puder voltar à capital!

    Beijinhos da garoa!

    Responder
  8. LETÍCIA CASTRO comentou, em 26/10/2011:

    Siiii, minha irmã gêmea de franjinha!!! rsrsrs Pois é!! Temos que combinar direitinho o que vamos fazer com nossa “candanga” do coração!

    Que bom que vc gostou, more! Eu, como sempre, adorei seu comentário, viu?

    Beijoconas!

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  9. Ana Flor comentou, em 27/10/2011:

    Uia! Que chique eu aqui, com foto, link e tudo! Adorei, querida! Foi um enorme prazer conhecê-la pessoalmente. Nos vemos de novo em alguns dias, agora em Sampa. :) Te aviso. Beijão!

    Responder
  10. LETÍCIA CASTRO comentou, em 29/10/2011:

    Cê viu que linda? rs O link é merecidíssimo, as pessoas tem que te conhecer melhor, Flor!

    Ah menina, não vejo a hora! Vamos a bailar mucho!!!!

    Beijones e obrigada pelo comentário!

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